Nilze Carvalho ... ... um pouco da Nêga! Agenda musical, fotos, recadinhos e etc.

quinta-feira, maio 19, 2011

NILZE CARVALHO

Hoje e amanhã | Caixa Cultural Teatro de Arena | 19h30

NILZE CARVALHO

2 comentários:

Anônimo disse...

Por Alexandre Silva* Administrador de empresas e colaborador da web radio papo de samba

No dia 20 de maio, fuia assistir no Teatro de Arena da Caixa Cultural, no Centro do Rio, a um show de samba e acabei vivenciando bem mais que isso: testemunhei uma apresentação de samba com MMPB (Mistura de Música Popular Brasileira). O show em questão foi “O que é meu”, com a sambista Nilze Carvalho, que comemora 30 anos de carreira lançando seu novo CD homônimo. Simplesmente notável!

Em seus shows, além de soltar a voz, Nilze toca bandolim, cavaquinho e violão e mostra porque é considerada uma das mais importantes artistas da nova geração de sambistas cariocas. Logo na execução da primeira música, “Banho de Manjericão”, percebi que tinha algo diferente. Ouvi um samba contendo uma mistura perfeita de choro e maracatu.

Li uma vez em uma revista especializada que existem dois tipos de sambistas: os cultores e os estilistas. Os cultores são músicos, cantores e poetas de enorme capacidade criativa, que aprimoram a arte de compor e cantar samba. Já os estilistas são aqueles que simplesmente criam sua própria forma, única e original, de samba. Existem cultores que são até mais famosos que os estilistas, mas são os últimos que mantêm a chama da inovação e comprovam a riqueza rítmica e melódica do samba. Nilze é uma grande estilista e sua musicalidade transcende o samba.

Mas, voltemos ao show. Durante aproximadamente 1 hora e 40 minutos de show, a artista realizou com naturalidade e maestria a transição entre diversos ritmos da MPB, samba, choro, xote, baião, frevo, toada, marcha-rancho, afoxé, mostrando um pouco da vasta riqueza que é a nossa música popular brasileira.
Vale citar como pontos fortes a execução de algumas músicas do belo e variado repertório. “Proposta de paz”, “Chorei” e “Barracão” são dignas da mais fina flor do samba. Já as canções “Nordestino” e “Festa” trazem à mente boas lembranças da beleza e da riqueza de um Brasil multicultural (dá vontade de pegar o avião e sair viajando).

Mas, #ficaadica: a estrutura do Teatro de Arena 2 da Caixa é inadequada para este tipo de show. Parte da plateia ficou de lado ou de costas para a artista. E, meu Deus!, tinha uma senhora do meu lado que reclamou o tempo todo: reclamou da luz forte, da altura da percussão... E como o teatro é pequeno e o público fica muito próximo do palco, as queixas chegaram a incomodar a artista. Na boa: essa senhora deveria ter ficado em casa!!

Um parêntese. Um relato interessante da cantora me levou a uma reflexão: a artista contou que está tendo dificuldades para arranjar patrocínio para produzir um CD em homenagem ao centenário de Nelson Cavaquinho. A história de Nilze é semelhante a de muitos outros sambistas talentosos de sua geração que procuram as grandes gravadoras e que ouvem dos executivos engravatados a mesma resposta: “Seu projeto é muito bom, mas não se enquadra no nosso perfil!”. Lastimável. Entenda-se por “perfil” valor comercial. Ou seja: as grandes gravadoras e as rádios que vão a reboque, só estão interessadas em gravar e tocar aquilo que está na moda e pode vender muito, independente da qualidade e do valor cultural. Uma pena...

Confesso que fico desconfiado quando vejo sambistas ecléticos misturarem o samba com outros ritmos. Muitos tentaram encontrar, sem sucesso, a mistura perfeita. Creio que Nilze descobriu a fórmula. Recomendo o CD “O que é meu”, de Nilze Carvalho, como presente para o Dia dos Namorados.

Anônimo disse...

Por Alexandre Silva* Administrador de empresas e colaborador da web radio papo de samba

No dia 20 de maio, fuia assistir no Teatro de Arena da Caixa Cultural, no Centro do Rio, a um show de samba e acabei vivenciando bem mais que isso: testemunhei uma apresentação de samba com MMPB (Mistura de Música Popular Brasileira). O show em questão foi “O que é meu”, com a sambista Nilze Carvalho, que comemora 30 anos de carreira lançando seu novo CD homônimo. Simplesmente notável!

Em seus shows, além de soltar a voz, Nilze toca bandolim, cavaquinho e violão e mostra porque é considerada uma das mais importantes artistas da nova geração de sambistas cariocas. Logo na execução da primeira música, “Banho de Manjericão”, percebi que tinha algo diferente. Ouvi um samba contendo uma mistura perfeita de choro e maracatu.

Li uma vez em uma revista especializada que existem dois tipos de sambistas: os cultores e os estilistas. Os cultores são músicos, cantores e poetas de enorme capacidade criativa, que aprimoram a arte de compor e cantar samba. Já os estilistas são aqueles que simplesmente criam sua própria forma, única e original, de samba. Existem cultores que são até mais famosos que os estilistas, mas são os últimos que mantêm a chama da inovação e comprovam a riqueza rítmica e melódica do samba. Nilze é uma grande estilista e sua musicalidade transcende o samba.

Mas, voltemos ao show. Durante aproximadamente 1 hora e 40 minutos de show, a artista realizou com naturalidade e maestria a transição entre diversos ritmos da MPB, samba, choro, xote, baião, frevo, toada, marcha-rancho, afoxé, mostrando um pouco da vasta riqueza que é a nossa música popular brasileira.
Vale citar como pontos fortes a execução de algumas músicas do belo e variado repertório. “Proposta de paz”, “Chorei” e “Barracão” são dignas da mais fina flor do samba. Já as canções “Nordestino” e “Festa” trazem à mente boas lembranças da beleza e da riqueza de um Brasil multicultural (dá vontade de pegar o avião e sair viajando).

Mas, #ficaadica: a estrutura do Teatro de Arena 2 da Caixa é inadequada para este tipo de show. Parte da plateia ficou de lado ou de costas para a artista. E, meu Deus!, tinha uma senhora do meu lado que reclamou o tempo todo: reclamou da luz forte, da altura da percussão... E como o teatro é pequeno e o público fica muito próximo do palco, as queixas chegaram a incomodar a artista. Na boa: essa senhora deveria ter ficado em casa!!

Um parêntese. Um relato interessante da cantora me levou a uma reflexão: a artista contou que está tendo dificuldades para arranjar patrocínio para produzir um CD em homenagem ao centenário de Nelson Cavaquinho. A história de Nilze é semelhante a de muitos outros sambistas talentosos de sua geração que procuram as grandes gravadoras e que ouvem dos executivos engravatados a mesma resposta: “Seu projeto é muito bom, mas não se enquadra no nosso perfil!”. Lastimável. Entenda-se por “perfil” valor comercial. Ou seja: as grandes gravadoras e as rádios que vão a reboque, só estão interessadas em gravar e tocar aquilo que está na moda e pode vender muito, independente da qualidade e do valor cultural. Uma pena...

Confesso que fico desconfiado quando vejo sambistas ecléticos misturarem o samba com outros ritmos. Muitos tentaram encontrar, sem sucesso, a mistura perfeita. Creio que Nilze descobriu a fórmula. Recomendo o CD “O que é meu”, de Nilze Carvalho, como presente para o Dia dos Namorados.